Quando a hora da refeição vira um campo de batalha (e o que fazer em vez de continuar a lutar)


A hora da refeição devia ser um momento de encontro, de conversa e de ligação… mas para muitas famílias, é exatamente o contrário.

Se sente que está sempre a insistir para que o seu filho coma “só mais uma colher”,  e cada refeição acaba em birras tem de ler este artigo. 

Primeiro ponto. A verdade dura de ouvir: forçar não resulta

Quanto mais insistimos, mais resistência criamos.
E não, isso não significa que a criança é teimosa, manipuladora ou preguiçosa.
Significa, muitas vezes, que ela está a comunicar da única forma que sabe: recusando o que lhe causa desconforto, medo ou falta de controlo.

E porque não serve de nada dizer que não resulta sem lhe dar ajuda, dou-lhe 5 trocas simples e poderosas.






Agora pergunta: "Mas isto vai resolver o problema?" 

Agora eu respondo: "Depende do problema. Pode não resolver na totalidade mas tenho a certeza que ajuda a melhorar. 

Veja isto como "trocar o café por água não resolve o problema da tensão alta mas ajuda a que ela não suba". 


Há muitas causas possíveis para a recusa alimentar e todas merecem ser olhadas com atenção:

·       Alta ou baixa sensibilidade aos sabores, texturas e temperaturas

·       Experiências negativas associadas à comida

·       Refluxo ou azia (que causam desconforto físico)

·       Baixa força nos músculos da boca

·       Amígdalas aumentadas

·       Necessidades sensoriais específicas

E tantas outras. É por isso que esperar para ver nem sempre é a melhor escolha, e se sente que a hora da refeição está a desgastar a família mais do que a nutrir, pode ser hora de procurar apoio. Um terapeuta da fala, um terapeuta ocupacional ou um profissional da área da alimentação infantil pode ajudar a perceber o que está na origem da recusa  e como agir com segurança e intenção.

Lembre-se: o problema não é só a comida.  É tudo o que ela representa: controlo, relação, experiência, corpo, segurança.

Comece por parar de lutar.
Comece a observar.
E troque o “come só mais uma colher” por uma pergunta: “O que será que a minha criança  precisa neste momento?”


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Talvez elas também estejam a precisar de ouvir que não estão sozinhas... e que há outras formas de fazer.


Abraços Pediátricos, 

Cátia Raminhos

Terapeuta da Fala

Coordenadora Clínica